terça-feira, 17 de maio de 2011

Veneno das abelhas poderá ser usado na detecção de explosivos e pesticidas

Um grupo de cientistas do MIT descobriu que ao revestir nanotubos de carbono com veneno de abelhas (apitoxina) é possível criar detectores ultra-sensíveis a explosivos como o TNT e pelo menos dois tipos de pesticidas. Estes sensores poderão ser muito úteis às forças militares e de segurança nos aeroportos.
Michael Strano e os seus colegas revestiram tubos de carbono com um átomo de espessura com fragmentos proteicos encontrados no veneno de abelhas e estes reagiram aos explosivos. Os novos sensores são hipersensíveis uma vez que conseguem detectar moléculas isoladas destes químicos e fornecem aos especialistas a sua “impressão digital”.  
Quando as moléculas-alvo se ligam às proteínas do veneno das abelhas ocorre uma alteração no comprimento de onda da luz florescente emitida pelos nanotubos. Esta alteração é detectada por um novo tipo de microscópio, construído por estes investigadores, para ler o sinal não detectado pelo olho humano. Este tipo de sensor, o primeiro do género, é muito fácil de manusear uma vez que não é influenciado pela luz ambiente.
“Compostos como o TNT decompõem-se no ambiente, criando outro tipo de moléculas que também podem ser identificados por este sensor,” refere Strano. “Como estas moléculas estão constantemente a transformar-se noutros químicos, precisamos de sensores que possam detectar toda as classes em vez de apenas um tipo.”
Para além desta funcionalidade os investigadores descobriram que estes nanotubos revestidos também detectam dois pesticidas que contêm compostos nitro-aromáticos. Assim os sensores para além de serem úteis às forças militares e segurança nos aeroportos também podem ser usados como detectores ambientais.
A equipa está agora a trabalhar num sistema de compressão para garantir que qualquer molécula no ar entre em contacto com os nanotubos e seja assim detectada.
Esta tecnologia, já patenteada, está descrita num artigo da Proceedings of the National Academy of Sciences. Os cientistas esperam que os sensores podem estar disponíveis no mercado num futuro próximo.

Isabel Palma (Naturlink)

Fonte: http://www.treehugger.com/, http://web.mit.edu/

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